Arqueologia

Em 2003, aquando do Projeto de Requalificação Urbanística em Arraiolos – Intervenções em espaços públicos, no acompanhamento arqueológico realizado pela empresa Arkhaios na praça Lima e Brito, atual praça do Município, durante a abertura de valas para instalação de cabos e condutas, assim como para a construção de um tanque para instalação da fonte/jogos de água da praça, foi descoberta uma enorme estrutura constituída pelo conjunto de 95 fossas escavadas no substrato geológico, inéditas em Portugal, tanto pelo número como pela sua concentração. Pelo facto de não haver vestígios relativos ao uso das estruturas, foram enviadas amostras recolhidas na parede lateral de algumas das fossas para análise no Laboratório do Museu de Arqueologia da Catalunha – Universidade de Barcelona, onde os resultados obtidos geraram fortes indícios de que o conjunto de fossas da praça de Arraiolos teria sido um complexo de tinturaria de grandes dimensões.

Com a realização dos trabalhos com vista à adequação do antigo edifício do hospital às funções museológicas, para instalação do Centro Interpretativo do Tapete de Arraiolos, voltaram a ser realizadas intervenções arqueológicas, entre Julho de 2011 e Agosto de 2012. Nessa intervenção, foram descobertas mais 38 fossas pertencentes ao suposto complexo tintureiro da praça sob o edifício do antigo hospital.

Através do achado de um numisma da primeira dinastia (1248-1325), presumiu-se que o complexo teria sido construído no final do século XIII ou início do século XIV, tendo funcionado até à segunda metade do século XV, época do seu entulhamento e abandono.

No espaço da capela do antigo Hospital do Espírito Santo é possível observar algumas dessas fossas utilizadas para o tingimento de lãs, no que é o ponto de partida para a visita ao Centro Interpretativo do Tapete de Arraiolos.